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Discurso dos Grão-Mestres do Paraná sobre o bicentenário da Independência do Brasil

02/09/2022 10:35 por Maçonaria do Paraná
Discurso dos Grão-Mestres do Paraná sobre o bicentenário da Independência do Brasil

Precisamos destacar que a história da Independência se confunde com a história da própria Maçonaria no Brasil.  O Grande Oriente do Brasil, Instituição Mãe da Maçonaria Brasileira, surgiu em 17 de junho de 1822, sendo a instituição privada mais antiga do Brasil. No Paraná, também assume o pioneirismo trazendo as luzes dos ensinamentos maçônicos para o povo Paranaense.

Teve, em nível nacional, como seus primeiros mandatários José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. A 4 de outubro do mesmo ano, já após a declaração de independência de 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então príncipe regente e, logo depois, Imperador D. Pedro I.

A história registrou muito bem que a Independência saiu dos Templos Maçônicos, encontrando eco no anseio das demais lideranças e do povo, e se materializando simbolicamente com o Grito do Ipiranga. Essa participação tão acentuada dos Maçons na Independência se repetiu depois com a Proclamação da República. Temos ainda muitas outras participações históricas que nos orgulham.

No Paraná, a Maçonaria entrelaça sua história com a do próprio Estado, e de outras Instituições que aqui plantaram sementes do progresso. Temos uma alegria muito grande de podermos ver os feitos que são construídos todos os dias, em todos os cantos de  nosso Estado e, naturalmente, de nosso Brasil.

O fato é que neste bicentenário a Maçonaria olha para trás e se inspira no passado para fazer a diferença no presente. A ação é o antídoto para o veneno da omissão. E isso nos leva a incentivar ao povo maçônico que intensifique o agir! Onde houver uma oportunidade de fazermos a diferença, que a façamos!

O Brasil confia em nós. Essa mãe gentil confia em seus filhos Maçons!

É muito relevante reforçar, assim como fizemos no ano passado, que defendemos a Liberdade. Ela é a primeira de nossa tríade, que é complementada por Igualdade e Fraternidade. Que possamos defender a Liberdade, mas com Fraternidade e sem deixar de lado a Igualdade.

Sejamos fraternos em nossas ações, respeitosos, mas firmes em nossos ideais, sobretudo o nosso ideal de Liberdade. Usemos sempre das ferramentas que temos para promover as transformações, direta ou indiretamente!

É muito relevante aproveitarmos para destacar a importância do civismo. Jamais deixemos isso se apagar ou destruir. Precisamos fortalecer o amor ao Brasil e transformar isso em efetiva ação. Precisamos que o patriotismo seja uma marca cada vez maior de nosso povo, que, por tanto tempo, foi ensinado a se afastar do sentimento de pertencimento do ser brasileiro.

O Brasil precisa pulsar sempre em nosso coração e nas nossas ações.

O Hino da Independência do Brasil conseguiu expressar de forma muito especial e poética o que representou esse que foi um dos maiores marcos de nossa História. É interessante a forma poética e simbólica usada pelos compositores para destacar a grandeza da Independência. São palavras que jamais envelhecerão e relembram aspectos muito importantes.

Na letra, que apesar de profunda é muito simples, nosso Brasil é tratado como uma mãe gentil e todos nós como filhos dela. Já pararam para pensar no poder dessa analogia? Ao mesmo tempo, nós, povo brasileiro, somos tratados por “brava gente”. É uma adjetivação relevante, pois tivemos braveza para enfrentar “os grilhões que nos forjava”.

Também destacamos do Hino a expressão liberdade, que tão bem caracteriza o que significou a Independência. E na poesia desse mesmo Hino essa liberdade raia no horizonte do Brasil! Isso significa ser uma liberdade para todos, encobrindo efetivamente cada canto do nosso território. Também representa que, assim com o sol que nasce no horizonte, a liberdade ilumina o povo brasileiro.

E, então, temos uma parte que se torna muito oportuna e atual. É uma conclamação atemporal para todos nós que temos os corações sensíveis ao bem. Diz o hino:

Não temais ímpias falanges

Que apresentam face hostil

Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil

Vossos peitos, vossos braços

Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil

O bicentenário da Independência de nosso País deve nos motivar a, primeiramente, entendermos a história, olharmos para cada episódio da construção da nossa identidade enquanto Nação e nos situarmos nesse contexto. É preciso que efetivamente reflitamos em relação a quais princípios estamos alinhados. Inexiste meio termo.

Somos pela Independência do Brasil? Somos pela Liberdade? Existe meia Independência? Existe meia liberdade? É nesse sentido que precisamos encarar, sempre, as “ímpias falanges”, sendo muralhas do Brasil. O fato de chegarmos a 200 anos de Independência de forma alguma deve nos levar ao comodismo. Precisamos continuar o legado plantado dois séculos atrás.

É fato que vivemos momentos desafiadores. O mundo parece estar num grande processo desafiador! Basta olharmos para o globo e veremos a dinâmica da civilização em curso. Existem ciclos que são como o mar com seu fluxo e influxo. Mas percebam que essa movimentação do oceano é na superfície.

As ondas quebram na praia, mas nas profundezas dos mares reina a estabilidade. As ondas são, fazendo aqui uma analogia, os desafios, que vão e voltam. O profundo do mar deve ser nossos valores e princípios, que precisam viver harmoniosamente e permanentemente, cumprindo seu papel na dimensão social.

Mesmo que haja uma ressaca na superfície, ela jamais pode afetar a serenidade profunda da democracia, da liberdade, do amor e dos bons costumes.

Essas reflexões são importantíssimas e temos certeza de que cada um tirará conclusões especiais do que estamos dizendo.

O Brasil é uma terra abençoada pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. São inúmeros aspectos que poderíamos destacar comprovando tal afirmação. E essa nossa terra amada precisa de fato ser amada por nós.

O Sereníssimo Grão-Mestre, Cristian Flores, destacou de forma muito assertiva que nosso País pode ser chamado de mãe gentil e eu aproveito tão relevante destaque para pedir que jamais sejamos filhos ingratos e indiferentes.

Busquemos nos princípios maçônicos a base para nossa ação como construtores sociais, gratos à essa mãe gentil e comprometidos com ela!

Busquemos nos nossos ensinamentos a inspiração para fazermos a diferença, conforme considerou o Eminente Irmão Luís Mário Luchetta, a omissão é o veneno que nos mata sem perceber… e o antídoto é a ação!

A Maçonaria tem agido e precisa continuar em ação… seu papel é fundamental hoje e sempre. Afinal, somos Obreiros da Paz, Artífices do Bem, Construtores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Por fim, nós, representantes dos Maçons Regulares do Paraná, reforçamos publicamente que a Maçonaria é uma escola de civismo, de amor à pátria, de respeito à ordem e ao progresso, divisas de nossa bandeira e marca inesquecível de nossas almas.

Nosso compromisso é imutável e inquebrantável!

A Liberdade, assim como o Sol, continuará brilhando no horizonte do nosso Brasil!

Viva a Liberdade! Viva a Independência! Viva a mãe gentil, Brasil!

Luís Mário Luchetta

Grão-Mestre do GOB-PR

Cristian Flores

Grão-Mestre do GOP

Marco Antônio Corrêa de Sá

Grão-Mestre da GLP