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Discurso dos Grão-Mestres do Paraná na Sessão Especial da Independência em 2023

05/09/2023 21:49 por Maçonaria do Paraná
Discurso dos Grão-Mestres do Paraná na Sessão Especial da Independência em 2023

A reunião da Maçonaria Regular Paranaense para celebrar a Independência do Brasil é muito mais que uma ação protocolar!

Iniciamos nossa falando fazendo essa consideração, pois um momento como este deve ser enxergado em sua grandeza, que está muito além da beleza cerimonial ou da magnitude do congraçamento de nossa veneranda Instituição. O que proporcionamos anualmente com esta Sessão Pública Estadual Conjunta é a continuidade real do compromisso maçônico com a Independência Brasileira.

Cada palavra usada em nosso cerimonial, cada gesto, carrega um simbolismo muito forte e vivo de compromisso com a nossa Nação, com Ordem e Progresso. Devemos com toda força e vigor evitar enxergar esse período da Semana da Pátria como algo meramente ilustrativo e figurativo. Nossa mente e nosso coração precisam relembrar sempre o propósito profundo de recordarmos tão importante episódio histórico.

E podemos certamente dizer que maçonicamente a simbologia desta celebração direciona para o agir. Afinal, Maçonaria é essencialmente ação. É a capacidade do autoaperfeiçoamento para o aperfeiçoamento de tudo ao redor. Nenhum instrumento gera resultado sem a propulsão da ação. Portanto, que neste momento, todos que nos ouvem estejam sendo levados a perceber que possa haver tentativas de esvaziar a grandeza da Semana da Pátria, ela seguirá sendo grande, porque é um instrumento para a reflexão e, a partir do refletir, para a ação contínua. 

Nossos antepassados Maçons nos deixaram um legado a ser conservado e ampliado, o legado da liberdade. E é dando continuidade na defesa do Brasil, livre e próspero, que vivenciamos esta solenidade, buscando nas palavras, a reflexão que oportunize a ação.

É fundamental observarmos que a Independência foi muito mais que um ato pontual… grandioso, mas pontual. Houve um intenso e complexo contexto, formado por diversos fragmentos históricos que ganharam forma simbolicamente no Grito do Ipiranga. Então, quando falamos da Independência, estamos tratando de uma série de fatos e atos que geraram a quebra dos grilhões que nos prendiam.

Também agora a luta pela liberdade se demonstra composta por diversos fragmentos que um dia a história deverá juntar e consolidar. Esse discurso conjunto, portanto, assume um caráter de continuidade aos discursos conjuntos de anos anteriores. Nada é desconexo. E é por isso que falar de passado é falar do presente e do futuro. A história é construída em continuidade, tendo suas fases, seus marcos, mas dentro de um todo.

Sendo assim, a luta pela liberdade realmente nunca terminou e talvez nunca termine. Porque a liberdade é algo a ser perseguido sempre, mesmo quando acreditamos sermos livres. Os grandes déspotas, como encantadores de serpente, são capazes de acorrentar e dar para a corrente o nome de liberdade. É preciso vigilância, sempre!

Agora, vale ressaltar que a luta pela liberdade pressupõe a prática dos nossos princípios, tais como a ética, a moral, a probidade, a transparência (publicidade) a legalidade (respeito às Leis e ao direito alheio) a impessoalidade, e cuidado com a “res publica” tanto por parte dos cidadãos, como dos administradores públicos;

Nesta linha de raciocínio, o trabalho que nossos antepassados maçons começaram continua a ser desempenhado. Mudou a forma de agir, assim como mudou a forma de enfraquecer ou destruir a liberdade. E é em momentos como esse compartilhado nesta noite que recarregamos nossa energia cidadã e cívica para mostrarmos que o Grito do Ipiranga ainda segue ecoando, muito mais alto que a ruidosa existência dos inimigos da humanidade. Os Maçons atualmente estão agindo, mas é possível agir ainda mais.

É oportuno também fazermos um grande chamamento para que todos nós saíamos da superficialidade em que desejam nos inserir. Precisamos nos qualificar continuamente, buscar conhecimento, de forma ampla, profunda. É fundamental termos capacidade de leitura de cenários para que consigamos agir de forma qualificada. Canalizar nossa vontade de transformação com inteligência, estratégia e conhecimento gerará resultados efetivos na defesa da liberdade de nosso País.

Conforme dissemos no ano passado, nesse mesmo período, a omissão é o veneno que nos mata sem perceber… e o antídoto é a ação! Mas é insuficiente saber o que nos envenena. É preciso aplicar de fato o antídoto. Desde o ano passado, quando trouxemos essas reflexões, o cenário em que estamos inseridos teve suas mudanças, mas temos certeza de que segue inalterado o sentimento de que é preciso buscar um Brasil melhor e de que a Liberdade precisa ser defendida.

Finalizamos esta fala, considerando que enquanto nosso foco estiver pessoalizado teremos dificuldade de avançar. O movimento da Independência do Brasil foi focado na concepção de que era preciso alcançar a nossa liberdade enquanto Pátria. Os homens eram unidos independente de credo, raça ou cor. E ao resgatarmos uma vez mais o histórico da Independência, além da lição do dever de agir, precisamos carregar o entendimento de que buscar a liberdade e o progresso está além da pequenez da pessoalidade partidária.

Cada Maçom é um cidadão com o dever de aperfeiçoar-se e auxiliar na melhoria da sociedade. Ele é um indivíduo imbuído da missão de exercer o seu papel como ser social fazendo a diferença em seu entorno, individualmente e em conjunto, entre seus Irmãos e na sociedade.

Como Construtores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade o dever está sempre a nos chamar! A história segue sendo construída.

Nós, representantes dos Maçons Regulares do Paraná, conclamamos que esse discurso conjunto seja ouvido com ouvidos de ouvir em todos os contextos e dentro de um todo.

Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, abençoe o nosso País e inspire o seu povo ao protagonismo que lhe é exclusivo!

Cristian Flores

Grão-Mestre do GOP

Marco Antônio Corrêa de Sá

Grão-Mestre da GLP

Paulo Roberto Socher

Grão-Mestre do GOB-PR