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Discurso da Maçonaria do Paraná na solenidade da PMPR em homenagem a Tiradentes

23/04/2023 08:30 por Maçonaria do Paraná
Discurso da Maçonaria do Paraná na solenidade da PMPR em homenagem a Tiradentes

Confira o discurso da Maçonaria do Paraná na solenidade da Polícia Militar do Paraná em homenagem a Tiradentes, no último dia 21/04, em Curitiba.

O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil – Paraná (GOB-PR), Luís Mário Luchetta, falou em nome da Ordem Maçônica Paranaense, representando, além do próprio GOB-PR, a Grande Loja Maçônica do Estado do Paraná (GLP) e o Grande Oriente do Paraná (GOP).

Na cerimônia, o GOP esteve representado pelo Grão-Mestre de Honra, João Krainski Neto, enquanto a GLP esteve representada pelo Grande Orador, Alberto Augusto de Poli.

Confira o discurso:

É com especial alegria que estamos aqui, nesta data tão simbólica e destacada, munidos dos mais elevados sentimentos cívicos e de cidadania. Temos muita satisfação em falar em nome do Grande Oriente do Brasil – Paraná e em nome dos Grão-Mestres do Grande Oriente do Paraná, Sereníssimo Irmão Cristian Flores, hoje representado pelo Sereníssimo Ir João Krainski Neto, Grão-Mestre de Honra do GOP e da Grande Loja Maçônica do Estado do Paraná, Sereníssimo Irmão Marco Antônio Corrêa de Sá, hoje representado pelo Eminente Irmão Alberto Augusto de Poli, Grande Orador da GLP.

A Maçonaria Regular do Paraná, aqui representada, e presente com muitos Irmãos, Cunhadas, Sobrinhas e Sobrinhos, tem um compromisso real com a Sociedade, desde o início de sua presença neste solo, em 1837, e compartilha valores com esta gloriosa instituição: a Polícia Militar. São princípios norteadores que formam nossas bases e permitem que estejamos em interação em diversos momentos, sempre em prol dos interesses da Sociedade Paranaense.

E falando em compromisso com a Sociedade, nesse início manifestamos nossa saudação a todos os Militares Estaduais e Policiais Civis, e em especial aos Cadetes que recebem hoje o espadim Tiradentes para serem futuros oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros: recebam as nossas felicitações e gratidão nessa caminhada de formação e preparo para servir e proteger os paranaenses.

Nesta solenidade, nosso foco é exaltar a memória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono da Nação Brasileira.  Entendemos que uma Sociedade é próspera quando tem capacidade de olhar para o passado fugindo do saudosismo paralisante, ou seja, buscando a inspiração que gera movimento, que gera ação, sobretudo no presente, para que o futuro seja construído com velocidade, mas, acima de tudo, com bases sólidas.

Fazemos, portanto, um rápido movimento de olhar ao período da Inconfidência Mineira. Pensemos sobre os desafios daquela época e imaginemos os contornos que levaram ao ápice do movimento liderado por Tiradentes. Muito ficou nos livros de história. Mas certamente a agudez dos anseios que sentiam os corações patriotas, demandam de nós um pouco de esforço para compartilharmos, mesmo tanto tempo depois, e mesmo que minimamente, de tais aspirações.

É notório que Tiradentes esbanjava ideais de liberdade e de igualdade, bem como, certamente, de fraternidade. Essa tríade tão cara aos Maçons envolvia os inconfidentes e os motivava a agir. Tiradentes, considerado um herói nacional e patrono do Brasil na época da implantação da República, merece verdadeiramente as honrarias póstumas que recebeu. Ele foi um entusiasta de uma causa que outros se aproveitaram, enfrentou os riscos com serenidade e dignidade, e enfrentou a morte como mártir da liberdade, algo que os outros conjurados não conseguiram manter nos momentos mais cruciais.

No momento atual, em que homenageamos o mártir da liberdade de nossa Pátria, é oportuno refletir sobre os dias conturbados e repletos de maus exemplos por parte de alguns participantes da política nacional. Ao lembrarmos de Tiradentes e de seu calvário na forca, com seu corpo esquartejado e exposto como exemplo tétrico, é tão grave quanto essa execução sumária o exemplo deixado por aqueles que foram eleitos para representar os anseios do povo brasileiro, mas trocam esse objetivo por atos de corrupção e enriquecimento ilícito, roubando a nação e se escondendo sob o manto secreto do corporativismo, em que acordos tomam o lugar da justiça e da equidade.

Se o mártir foi sacrificado por lutar por ideais justos quando a Derrama extorquia os brasileiros com impostos exorbitantes, o que dizer agora, com a pesada carga de impostos arrecadados pelos poderes constituídos, sacrificando uma nação que está cansada de lutar pelo seu progresso, mas sem receber a devida recompensa?

A liberdade, ainda que tardia, desperta o povo, fortalece a nação e inspira as consciências sãs. A palavra liberdade inspira poetas, encoraja soldados, alimenta o patriotismo e gera heróis.

O corpo dilacerado de Tiradentes ainda arde nas estradas do tempo de nossa História, sangrando para que a liberdade seja lembrada todos os dias e a cada momento, convidando-nos a testemunhar, a ser vigilantes e a dar exemplo.

A Maçonaria tem estado atenta e participativa nos desafios da Sociedade. Certamente que as reflexões que trouxemos são de amplo conhecimento e carecem de uma fórmula mágica para resoluções. O fato é que nesta seara a cidadania é o ponto de transformação que pode gerar muito mais que uma fórmula, pode gerar muitas fórmulas para virarmos a chave coletivamente e avançarmos enquanto Nação. Temos ainda a clareza de que a omissão jamais será o caminho para vencer os maus. Os bons precisam ter suas vozes cada vez mais ecoadas.

Que o exemplo do mártir na luta pela liberdade assegure a cada brasileiro as condições mínimas de subsistência, como alimentação, educação, habitação e saúde. Que garanta o direito de não ser discriminado pela cor, condição social, idade, convicções políticas ou religiosas. Que o sofrimento de Tiradentes lembre às autoridades que todo ser humano tem o direito à felicidade, ao trabalho e, acima de tudo, a viver com dignidade também é mencionado como algo que deve ser assegurado pelas autoridades, inspirado pelo suplício de Tiradentes.

Lembremos ainda que todo direito carrega dever. Assim como defendemos a grandeza dos direitos, defendemos a grandeza dos deveres que todos devemos ter, para com nós mesmos, para com o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, e para com a nossa Nação.

Citamos e agradecemos a presença dos membros da Família Maçônica Regular do Paraná, em nome do Irmão José Edson Hasbaert, Grão-Mestre Adjunto da Gestão atual do GOB-PR.

Citamos e agradecemos todo o suporte recebido, para bem participar deste evento, do Eminente Irmão Luiz Rodrigo Larson Carstens, Grão-Mestre de Honra do GOB-PR.

Por fim, destacamos que onde houver um Maçom Regular, sempre haverá esperança!

Gratidão pela atenção e ótimo feriado a todos!

Luís Mário Luchetta – Grão-Mestre do GOB-PR Gestão 2019/2023